O Presidente do Conselho Estadual dos Direitos do Negro, Luiz Eduardo Negrogun. Sobre 13 de Maio.
- cedine
- 13 de mai. de 2021
- 2 min de leitura

Matéria retirada do site UOL. Onde foi inserida uma fala do nosso Presidente do Conselho Estadual dos Direitos do Negro - CEDINE, Luiz Eduardo Negrogun.
Link da matéria:
https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2021/05/13/por-que-13-de-maio-dia-da-abolicao-da-escravidao-nao-e-feriado.htm
Segue a fala do nosso Presidente do CEDINE:
Segundo Luiz Eduardo Negrogun, presidente do Conselho Estadual dos Direitos do Negro, a princesa Isabel sancionou a lei da abolição quando a escravidão no Brasil já estava por um fio. Ele lembra que, quase dois anos antes, o regime escravocrata já havia caído no Ceará. "A princesa largou o povo negro, que veio para ser escravizado ao seu bel-prazer. Sem terras, reparação, nada. Enquanto isso, imigrantes europeus estavam chegando aqui em hordas. Recebiam terras, dinheiro para se estabelecer e todo um processo de estabilização que negros não tiveram", avalia Negrogun.
"O negro saiu da senzala para a sarjeta. Não tem como comemorar uma lei a que até hoje estamos presos. Saímos das senzalas e estamos presos na miséria da favela. "
Luiz Eduardo Negrogun, presidente do Conselho Estadual dos Direitos do Negro.
Segue um pouco sobre a matéria estabelecida no site UOL - COTIDIANO.
Por que o 13 de maio, dia da abolição da escravidão, não é feriado?
Às 15h de uma tarde de domingo do dia 13 de maio, a princesa Isabel assinou a Lei Áurea, em 1888, que aboliu a escravatura no Brasil. Apesar de o povo ter festejado a ocasião e a princesa ter recebido o título de redentora, hoje em dia, o 13 de maio não é um feriado nacional. A data já chegou a ter esse título na Primeira República, mas deixou de ser feriado na década de 1930, por decisão do ex-presidente Getúlio Vargas (1882-1954).
A historiadora e professora Martha Abreu, do Instituto de História da UFF (Universidade Federal Fluminense), explica que Vargas manteve o papel de redentora da princesa, uma ideia que perdurava desde o Império. "Mas ele tira o feriado porque queria algo que fosse um dia de todos brasileiros. Então estabelece outro feriado. Aí é uma briga de memória. Seria um feriado dos brasileiros, e não dos negros", diz. No mesmo decreto que anulou o feriado em 13 de maio, o ex-presidente adotou o 1º de maio, Dia do Trabalho, como feriado nacional. Apesar da abolição, reforça a professora, não havia nenhuma política de reparação ou compensação pelos anos de escravidão: "Essa data valorizava muito mais a princesa do que a luta do povo negro". Por isso, conta Abreu, movimentos negros, a partir dos anos 1970, passaram a reivindicar o dia de 20 de novembro como data a ser lembrada. Foi quando morreu o último líder do Quilombo dos Palmares, Zumbi dos Palmares, após ser capturado por tropas portuguesas. Passados 133 anos da abolição, líderes do movimento negro, historiadores e políticos não creem que o 13 de maio deva ser considerado como feriado, mas, sim, um dia de reflexão e denúncia.
https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2021/05/13/por-que-13-de-maio-dia-da-abolicao-da-escravidao-nao-e-feriado.htm
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